segunda-feira, 27 de abril de 2015

A proliferação de métricas falsas e como identificá-las

Ao receber uma carta dizendo que sua publicação foi avaliada e aceita para ser incluída numa nova base indexadora mediante o pagamento de x quantia, você deve comemorar ou desconfiar que é uma fraude?

Recentemente vêm ocorrendo uma proliferação de métricas falsas para ranqueamento de periódicos científicos. A autora cita dois artigos que discutem esse problema. O primeiro artigo publicado na Bioessays, de Gutierrez, Beall e Forero, atribui esse fenômeno ao crescimento de publicações periódicas predatórias, com práticas científicas questionáveis, as quais precisam de uma boa posição em rankings de avaliação para aparentarem uma boa reputação.
O segundo artigo, publicado na The Scholarly Kitchen, de Phil Davis, também reconhece esse problema, acreditando que o uso de tais métricas corrói a credibilidade de todas as demais métricas, tanto as respeitáveis quanto as predatórias. Os dois artigos esboçam as causas e as consequências dessas métricas espúrias dentro da indústria de publicações acadêmicas, surgindo daí a questão sobre como podemos identificá-las.

Para os editores não afiliados às grandes editoras – já bastante familiarizadas aos procedimentos para alimentação de bases de dados, reconhecendo assim com mais facilidade a fraude – existem alguns passos a serem observados antes de aceitar a  inclusão de sua publicação numa nova base indexadora:

Pesquise a Companhia

Uma simples busca na internet encontrará opiniões de outros editores a respeito  de uma nova métrica em particular. Busque e explore o seu site: qual sua história? Tem endereço ou contato para correções de dados?

É solicitado pagamento adiantado?

Pouquíssimas métricas de boa reputação pedirão uma taxa para indexar (e utilizar a métrica) em uma revista, pois indexar um conteúdo de qualidade melhora o valor da base; e, em contrapartida,  a menção à métrica  no site da revista providenciará tráfego direto para eles. Assim, seja cauteloso ao pedirem pagamento.

A base divulga a fórmula matemática da sua métrica?

Saber que a sua publicação possui o fator x (nº qualquer) sem conhecer o cálculo da métrica, ou o seu significado no contexto de outras revistas indexadas, faz com que esse número seja inútil. Assim, eles precisam explicar como calculam esse número e esse cálculo precisa fazer sentido.

Qual a sua fonte de dados?

Nunca acredite numa métrica se você não puder identificar e validar o conjunto de dados utilizados. Uma métrica de citação deve extrair os dados de uma base de dados de citação robusta. Diferente de uma base de dados que indexa e resume artigos,  uma base de citação precisa indexar as listas de referências do artigo. E em seguida deve contar as citações pelas formações de ligações entre as referências e outros artigos indexados. Uma métrica acurada de citação depende de uma base de citação cuidadosamente  selecionada, que evite a indexação de artigos duplicados ou não confiáveis. As bases de dados de citações mais confiáveis são a Web of Science da Thomson  & Reuters e o Scopus da Elsevier, as quais usam como métricas o Fator de Impacto, o SCImago Journal Rank (SJR) e a the Source Normalised Impact per Publication (SNIP). O Google Scholar é outra base popular (e gratuita), embora a qualidade de seus dados seja menos robusta.

Saber se eles citam sua própria fonte de dados – como eles são compilados, e qual o seu escopo.

O site diz que calculam seus dados de citação de suas próprias bases de dados de periódicos indexados. Isso é bom. Entretanto, lembre-se que uma base de dados de citação pode somente contar citações de e para os papers indexados na base de dados. Portanto é importante saber:

  • Quantas revistas são indexadas?
  • Quais são seus critérios de indexação?
  • Você pode pesquisar o banco de dados (no nível de artigo) - ou seja, você pode validar seus dados?

Esta lista está longe de ser exaustiva, existindo muitos outros tópicos a serem  observados, entretanto, se você suspeita de algum serviço de métrica, e, ao aplicar os critérios acima,  ele não passar por algum deles, é aconselhável evitá-lo. A invasão de métricas falsas no mercado de periódicos científicos prejudica a crença em todas as outras métricas, conforme disse Phil Davis. Barrar o crescimento dessas métricas é do interesse de todos.


Trad. livre nossa de: Jenny Neophytou.Fake metrics and how to spot them.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

A divulgação Científica na América Latina falhou

Apesar de ter aumentado nos últimos anos os esforços de divulgação científica na América Latina, o nível de conhecimento mínimo sobre ciência da população dos países da região, como o Brasil e a Argentina, ainda se mantém em nível dramaticamente baixo. A avaliação foi feita por especialistas participantes de uma sessão sobre percepção pública da ciência durante a FAPESP Week Buenos Aires, realizada entre os dias 7 e 10 de abril, na capital da Argentina, pela FAPESP em parceria com o Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet).


“Nossos esforços de comunicação, com o intuito de mostrar à sociedade, em geral, os resultados de pesquisas financiadas com recursos públicos e fomentar o interesse das futuras gerações pela ciência, estão claramente falhando” disse Marcelo Knobel, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e um dos coordenadores do evento em Buenos Aires.

“As populações dos países da América Latina nem sequer sabem se é feita ciência e muito menos em quais instituições essa atividade é realizada em suas respectivas nações”, disse Knobel, que é membro da Coordenação Adjunta de Colaborações em Pesquisa da FAPESP.

A avaliação dele é corroborada por pesquisas de percepção pública realizadas nos últimos anos no Brasil por instituições como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a FAPESP, e na Argentina e outros países ibero-americanos pela Red Iberoamericana de Indicadores de Ciencia y Tecnología (RICYT).

A última pesquisa sobre percepção pública da ciência no Brasil, realizada em âmbito nacional pelo MCTI, apontou que somente 14% dos participantes conhecem alguma instituição no país que faz pesquisa.


Leia o texto completo em:

Conhecimento da sociedade sobre ciência na América Latina é dramático



quinta-feira, 9 de abril de 2015

Campanha da Voz 2015


diadavoz
No dia 16 de abril, comemora-se o Dia Mundial da Voz. Para celebrar a data, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP realiza, entre 13 e 16 de abril, a décima sétima edição da Campanha da Voz na cidade.
De acordo com os organizadores, o objetivo é difundir informação relacionada ao uso e aos cuidados com a voz e conscientizar a população da importância da saúde vocal.
Para alcançar o público, a Campanha contará com atividades educativas, culturais como: apresentação de recitais, corais, palestras, além de atendimentos assistenciais realizados pela equipe de Fonoaudiólogos da FMRP e do HCFMRP. Instalados em estande na praça XV de Novembro, centro de Ribeirão Preto, orientarão a população, realizando também avaliações e triagem de possíveis problemas de voz, das 8 às 16 horas.
Aqueles que apresentarem qualquer problema serão encaminhados ao HCFMRP para avaliação médica, nos dias 15 e 22 de abril, das 13 às 17 horas. Os pacientes do Centro Integrado de Reabilitação – CIR- HE       também participam da Campanha da Voz e serão beneficiados com atendimentos especiais.
A Campanha da Voz é organizada pelos alunos e professores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e do departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, com o apoio do Hospital das Clínicas, entidades científicas e acadêmicas de Fonoaudiologia e Otorrinolaringologia.
Mais informações: (16) 3315-2861 ou (16) 3315-2863

quinta-feira, 2 de abril de 2015

TV USP RP - Saber Saúde: Analgésicos

Neste episódio o Dr. Thiago Mattar Cunha, Pesquisador do CRID (Center For Research in Inflammatory Diseases) e professor do Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto, fala sobre os Analgésicos: