sexta-feira, 28 de novembro de 2014

A segurança das velhas tecnologias

[trad. livre nossa resumida de http://bit.ly/1yqLF15

Na escrita, música, fotografia e outras áreas, tecnologias desatualizadas tem sido valorizadas por seu valor “retrô”, seu apelo nostálgico e hipster. O vinil é uma dessas tecnologias que mais tem despertado esse revival, no entanto, isso acontece não somente por seu valor "retrô", mas também pela qualidade do som.

Nessa onda nostálgica muitas pessoas têm notado também os benefícios relativos à segurança oferecida por essas tecnologias anacrônicas. A máquina de escrever por exemplo têm vivido um revival na política. No começo deste ano o político alemão Patrick Sensburg anunciou que os oficiais do governo alemão podem começar a usar máquinas de escrever, pois elas são uma tecnologia não "hackeável".
O mesmo aconteceu no governo russo, onde, em 2013 o chefe do serviço de segurança federal  Nikolai Kovalev disse que do ponto de vista de manter as coisas secretas, o método mais primitivo é preferível: “uma mão humana usando uma caneta ou um máquina de escrever”.

O uso de velhas tecnologias é criticado por ser anacrônico e pretencioso, mas muitas pessoas, do meio político ao meio artístico, estão reconhecendo os seus benefícios.
A tecnologia analógica não é valorizada somente por ser nostálgica, pelo seu valor “retrô”, mas por sua simplicidade em um mundo cada vez mais digitalizado que é vulnerável à hackers  e com brechas à privacidade. Assim, enquanto a tecnologia digital é anunciada como a mais eficiente em termos de velocidade e produtividade, as velhas tecnologias oferecem alguma coisa talvez mais valiosa, mas subestimada.
E não é somente as máquinas de escrever que ganharam um novo significado, a fotografia analógica se tornou popular de uns anos para cá com o movimento chamado Lomografia, cujo objetivo é produzir fotografias com low-fi quality, ou seja, de qualidade não convencional ou propositalmente baixa. E em relação à privacidade, a exemplo das máquinas de escrever, as câmeras analógicas ganham.
Mas se nós voltarmos atrás em termos de tecnologia, isso significa que a sociedade estará regredindo, andando na contramão da doutrina do progresso? Estaremos numa cultura de regressão?
Para o autor, isso depende do que entendemos como progresso. Pois este retorno às velhas tecnologias pode ser um progresso devido à maior priorização do conteúdo em detrimento da supervalorização da mídia, e assim também em relação à maior valorização da qualidade versus velocidade, e da privacidade versus exposição excessiva.
Dado o impacto que as novas tecnologias tem sobre o cérebro em termos de memória e criatividade, forçar o cérebro a ir com mais calma usando as velhas tecnologias pode realmente ser um progresso natural ao invés de regressão. Ou, se nós regredirmos em termos de tecnologia, nós podemos progredir em termos de intelecto, criatividade e privacidade.
E você, o que acha?

terça-feira, 25 de novembro de 2014

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Os Males Humorados para download

A Escola Nacional de Saúde Pública da FioCruz está disponibilizando para download o livro 'Os males humorados', organizado por Manoel Caetano Mayrink e Maria Lana, traz  conhecimento atual em Saúde Pública sobre transtornos mentais, uso de drogas, violência, desigualdades e movimentos sociais, com a profundidade necessária e séria  que o tema pede, mas com uma abordagem divertida.

Baixe aqui:



Boa leitura!


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

JournalGuide

JournalGuide é uma ferramenta gratuita que auxilia pesquisadores a combinar seus papers com revistas pertinentes à sua área de pesquisa. Para a busca basta entrar com o título do paper ou palavras-chave. O site fará uma comparação entre os termos de busca e as revistas que tiveram manuscritos publicados recentemente. O resultado trará um ranking de publicações potenciais  que possuem artigos com assuntos semelhantes ao do paper do autor.

Com o crescente número de publicações sendo lançadas tornou-se uma tarefa complicada encontrar revistas para submissão de artigos - o que torna ferramentas como o JournalGuide bastante úteis. 

O site também possui uma designação chamada de "Verified" para as revistas indexadas em índices internacionais rigorosos como o Pubmed, Web of Science, etc.




Boa busca!

Fonte: http://exchanges.wiley.com/blog/2014/11/14/finding-the-right-fit-for-your-research-a-qa-with-ben-mudrak-of-research-square/

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Seres das profundezas

[extraído de: http://bit.ly/1yqz1gp] Seres das profundezas, vídeo produzido pela equipe de Pesquisa FAPESP, mostra imagens fascinantes da estranha fauna que habita o mar profundo. Uma equipe de brasileiros e japoneses, viajando em um submarino, mapeou e coletou, a uma profundidade de 4 mil metros, amostras do ambiente físico e de organismos marinhos no litoral sudeste do Brasil.




Mais sobre o projeto  Seres das profundezas



quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Artigos dos laureados com o Nobel 2014

A editora Wiley está disponibilizando acesso online gratuito até o final de dezembro aos artigos dos ganhadores do prêmio Nobel 2014 publicado em suas revistas:


Química:

Eric Betzig:  
·   From Angewandte Chemie International Edition: Facile and General Synthesis of Photoactivatable Xanthene Dyes
·   From Annals of the New York Academy of Sciences: Scanning Optical Microscopy at λ/10 Resolution Using Near-Field Imaging Methods
·  A book chapter on Photoactivated Localization Microscopy (PALM) of Adhesion Complexes from Single-Molecule Optical Detection, Imaging and Spectroscopy

Stefan W. Hell:  

William E. Moerner:
·  FromCurrent Protocols in Cell Biology: Photoactivated Localization Microscopy (PALM) of Adhesion Complexes


Física:

Isamu Akasaki and Hiroshi Amano:
·    book chapter from Nitrides with Nonpolar Surfaces: Growth, Properties, and Devices

Shuji Nakamura:
·   From physica status solidi (b): Progress in the growth of nonpolar gallium nitride
·   From physica status solidi (RRL)Improved electroluminescence on nonpolar m-plane InGaN/GaN quantum wells LEDsthat attracted more than 100 citations
·    From Advanced Materials, an article published in 1996: InGaN-based blue/green LEDs and laser diodes
·   book chapter from Nitrides with Nonpolar Surfaces: Growth, Properties, and Devices

Hiroshi Amano:


Fisiologia ou Medicina:

May-Britt Moser and Edvard I. Moser:
·  special issue, guest edited in Hippocampus on Grid Cells

John O’Keefe:
·   Chapters from Encyclopedia of Cognitive Science as well as the CIBA Foundation Symposium series.

Economia:

Jean Tirole:
·   From Journal of Money, Credit and BankingMacroeconomic Shocks and Banking Regulation(2012)
·   From Journal of the European Economic AssociationMust-take Cards: Merchant Discounts and Avoided Costs (2011)
·   From Economica: Individual and Corporate Social Responsibility (2009)


terça-feira, 4 de novembro de 2014

Mulheres na Ciência: Mary Somerville

Apresentamos nesta postagem, mais um capítulo em tradução livre nossa do livro Women in Sciencepublicado pela Comissão Européia de Investigação:

A cientista escocesa superstar

Uma criatura selvagem

Mary Fairfax nasceu em 26 de dezembro de 1780 na casa de seus tios em Jedburgh na Escócia, onde sua mãe, Margaret Charters, estava  descansando de sua viagem entre Londres e Fife. O pai de Mary, o Vice-Almirante Sir William George Fairfax estava em alto-mar a trabalho. Com um pai ausente e uma mãe cuja única preocupação era que ela aprendesse a ler a Bíblia e rezar, Mary teve, em suas próprias palavras, a permissão para crescer como uma criatura selvagem. Como era costume no século 18, a sua educação  foi ocasional e limitada. As únicas aulas formais que Mary teve foi durante um ano na Boarding School for Girls em Musselburgh, perto de Edinburgo, durante o qual  foi bastante infeliz. Ela estudou Aritmética aos 13 anos e deparou-se com a Álgebra acidentalmente quando lia um artigo numa revista para mulheres. Ela então persuadiu o tutor do seu irmão a comprar livros para ela, permitindo-lhe que pudesse desenvolver seu interesse pelo assunto.

Dois casamentos e um funeral.

Em 1804, Mary casa-se com seu primo, o Capitão Samuel Greig. Ele não possuía interesse em Matemática ou Ciência, e tinha em baixa consideração a intelectualidade das mulheres, porém não interferiu no estudo da esposa. O casal teve dois filhos, Woronzow e William George. Seu marido falece três anos após o casamento, em 1807.
A viuvez e uma considerável herança dão à Mary independência, permitindo que continuasse a estudar conforme seu desejo. Ela alcança uma sólida base em Matemática e começa a se interessar por Astronomia. Em 1812 se casa novamente. Seu segundo marido, Dr. William Somerville, era inspetor da junta médica do exército. Sendo ele um cientista, foi um ativo apoiador dos empreendimentos da esposa, servindo como seu secretário e editor, bem como introduzindo-a aos colegas cientistas. Seu círculo social em Londres incluía proeminentes estudiosos como Charles Babbage e a família Herschel. Mary e William tiveram  quatro filhos.

Uma personalidade magnética

Mary aprofundou-se seriamente em seus estudos e seu primeiro sucesso veio quando  ganhou uma medalha de prata num concurso de Matemática. Com o segundo marido estudou Geologia, coletou e descreveu minerais, expandindo mais tarde seus interesses com estudos de grego, Botânica, Meteorologia e Astronomia.

Ela começa seus experimentos científicos sobre o magnetismo no verão de 1825. No ano seguinte, seu paper ‘The magnetic properties of the violet rays of the solar spectrum’ foi apresentado na Royal Society pelo seu marido. O trabalho atraiu críticas favoráveis e foi publicado. Embora a teoria contida no paper tenha sido refutada mais tarde, o trabalho em si marcou Mary como uma habilidosa escritora científica.

Após esse sucesso, Mary é persuadida a  produzir uma tradução popular da Mécanique Celeste de Marquis de Laplace, a fim de que um público mais amplo pudesse entender o trabalho do grande matemático e astrônomo francês. A sua tradução e a longa introdução que adicionou à obra foram um triunfo. Um busto dela é colocado no hall da Royal Society em comemoração ao sucesso do acontecimento.

O Alinhamento dos Planetas

Mary viaja para a Europa Continental em 1832, onde passa a trabalhar em seu segundo livro. On the Connexion of the Physical Sciences, publicado em 1834, inclui uma discussão sobre um planeta hipotético perturbando Urano -  a qual inspira John Couch Adams a continuar sua investigação, que o leva à descoberta de Netuno.

Em 1835, junto com a astrônoma Caroline Herschel, Mary torna-se a primeira mulher membro da Royal Astronomical Society. O governo lhe concede uma pensão de 300 pounds por ano.

La dolce vita

Com William doente, os Somervilles mudam-se para a Itália em 1838, onde Mary gastaria a maior parte do resto de sua vida. Seu livro de maior sucesso, Physical Geography apareceu em 1848. Ele foi amplamente usado nas escolas e universidades por meio século. Ela posteriormente escreve mais dois livros, Molecular and Microscopic Science e sua auto-biografia, Personell Recollection (publicado em 1873), antes de sua morte em Nápoles, em 28 de novembro de 1872, um mês antes de completar 92 anos.

Realizações Científicas

Mary Somerville foi reconhecida pelos seus colegas cientistas como igual, e alcançou enorme sucesso popular com sua escrita e com sua habilidade de traduzir a informação científica em termos claros e inteligíveis para o grande público. Seus quatro trabalhos acadêmicos cobriram uma ampla gama de tópicos científicos, propondo novas teorias e tornando conceitos complicados mais fáceis de entendimento.

A óbvia capacidade intelectual de Mary, combinada com modéstia, demonstraram que as mulheres podiam rivalizar com os homens academicamente, e ela foi recompensada por isso com sua nomeação para a Royal Astronomical Society, passando a receber uma pensão governamental. Durante sua vida ela se esforçou para melhorar as oportunidades intelectuais e sociais para as mulheres. Esta certamente foi uma das razões pelas quais, após sua morte, uma das primeiras faculdades para mulheres da Universidade de Oxford, a Somerville College, ser assim chamada. Ela também foi imortalizada na designação de um asteroide e uma cratera lunar com o seu nome.


Maitland Building construído em 1913

Fontes das imagens: